Método canguru - Muyyy interesante

Un artículo muy interesante que he encontrado en internet.

O Ministério da Saúde normatiza a implantação do método canguru definido como um tipo de assistência neonatal que implica no contato pele a pele precoce entre mãe e o recém-nascido de baixo peso (RNBP). A posição canguru consiste em mantê-lo ligeiramente vestido, na posição vertical, contra o peito do pai ou da mãe, realizado de maneira orientada, por livre escolha da família, de forma crescente e segura e ainda, acompanhada de suporte assistencial por uma equipe de saúde adequadamente treinada. Neste sentido, este procedimento passou a fazer parte das diretrizes políticas de atenção à saúde dos recém-nascidos prematuro de baixo peso ao nascer, estando incluído no programa de humanização do pré-natal e nascimento.



O método mãe-canguru (MMC) foi criado na Colômbia, em 1979, para suprir as deficiências de infraestrutura no seu sistema público de saúde. No Brasil, a implantação ocorreu no inicio da década de 90, como forma de promover um contato mais precoce entre mãe e filho, uma otimização dos leitos neonatais, muitas vezes escassos em diversas regiões do país, visando à possibilidade da alta precoce. A partir dessa experiência, no entanto, estudos apontam que a presença contínua da mãe junto do bebê, além de garantir calor e leite materno, trazem inúmeras outras vantagens, dentre as quais, a promoção do vínculo mãe-bebê, condições indispensável para a qualidade de vida e sobrevivência do recém-nascido após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). 
Desde sua primeira descrição, em 1983, o método tem sido constantemente estudado por vários pesquisadores, mostrando que é seguro para o recém-nascido (RN), oferecendo benefícios em relação à duração do aleitamento materno e a redução do período de internação e, também, a possibilidade dos pais atuarem de forma direta e integral no atendimento das necessidades do bebê. 
Para entender a trajetória do método canguru como política Nacional de Saúde no Brasil, é necessário destacar que a humanização no ambiente de UTIN é uma questão de importância crescente na qualidade da atenção ao recém-nascido, portanto a humanização e a qualidade da assistência não podem ser vistas como fenômenos dissociados. 
Atualmente, o MMC nas unidades de terapia intensiva neonatal tem sido proposto como alternativa ao cuidado neonatal convencional para bebês de baixo peso ao nascer. Cabe ao enfermeiro implementar uma assistência humanizada, incentivando os cuidados materno, favorecendo, então, o vínculo afetivo entre mãe e filho. Através do contato precoce, esse método reduz o tempo em que o RN  é mantido na incubadora e, também, melhorando a qualidade do cuidado neonatal, reduzindo a morbidade associada à terapêutica de prematuros com baixo peso.



Ao ser considerada uma tecnologia de cuidado humanizado, permitindo a família participar de forma ativa no cuidado do recém-nascido, espera-se que a implantação do Método Canguru atente para as complexidades dos aspectos sociais, biológicos e emocionais dos atores envolvidos nessa dinâmica.
Assim sendo, o objetivo foi realizar um estudo de revisão de literatura a cerca do tema: Atuação do enfermeiro na qualidade do atendimento ao recém-nascido prematuro na unidade de terapia intensiva neonatal, tendo como base o método canguru, no período de 2005 a 2013.


2 Materiais e Métodos
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada a partir da seleção de artigos científicos que abordam a produção nacional, buscando conhecer a atuação do enfermeiro na qualidade do atendimento ao recém-nascido prematuro na unidade de terapia intensiva neonatal, tendo como base o MMC.
Após a definição do tema, foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, juntamente nas bases de dados Scientific Electronic Lirayonline (SciELO) e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores: método mãe-canguru, recém-nascido prematuro, profissionais de saúde e humanização da assistência, em um período de 2005 a 2013, caracterizando assim o estudo de revisão de literatura.
A partir das referências obtidas, procedeu-se a leitura exploratória e seleção do material. Neste ínterim, por meio da leitura das obras selecionadas, possibilitou a organização das ideias por ordem de importância e a sintetização destas, visando, então, à fixação dos pontos essenciais para a solução do problema da pesquisa.
Foram selecionados 44 artigos, dos quais foram utilizadas para a pesquisa 32 destes, sendo selecionados para os resultados e discussão somente as publicações na língua portuguesa, usados, assim, os artigos publicados em revistas de enfermagem e sociedade brasileira de pediatria totalizando 17 publicações.
Após leitura sistemática, iniciou-se a interpretativa, que tratou do comentário feito pela ligação dos dados nas fontes ao problema da pesquisa e conhecimentos prévios. Na segunda modalidade citada, houve uma busca mais ampla de resultados, pois ajustaram o problema da pesquisa a possíveis soluções. Feita a leitura interpretativa se iniciou a tomada de apontamentos que se referiram as anotações que consideravam o problema da pesquisa, ressalvando as ideias principais e os dados mais importantes.
A partir das anotações da tomada de apontamentos, foram confeccionados fichamentos, em cartões estruturados, que objetivaram a identificação das obras consultadas, o registro do conteúdo das obras, o apontamento dos comentários acerca das obras e ordenação das notas.
Os fichamentos propiciaram construção lógica do trabalho, que consistiram na coordenação das ideias que acataram os objetivos da pesquisa. Todo o processo de leitura e análise possibilitou a criação de categorias.

A partir das referências obtidas, procedeu-se a leitura exploratória e seleção do material por meio das obras selecionadas, que possibilitou a organização destas, visando à fixação dos pontos essenciais para a solução do problema da pesquisa.
Anos dos artigos publicados entre 2005 e 2012 relacionados ao atendimento humanizado e de qualidade ao recém-nascido prematuro na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal tendo como base o método mãe-canguru.

ANO
N° de artigos
Frequência%





2005
2006
2007
01
04
03
5,88
23,54
17,64

2008
01
5,88

2009
01
5,88

2010
04
23,54

2011
02
11,76

2012
01
5,88

Total
17
100,0


Na tabela acima, dos 17 artigos encontrados que foram publicados entre 2005 e 2012, em revistas de enfermagem e sociedade brasileira de pediatria, a maioria dos trabalhos foram publicados em 2006 e 2010, sendo quatro artigos representando 23,54%.
Neste sentido, o interesse de desenvolver a leitura e pesquisas sobre a temática incentivou a publicação de um número maior de artigos científicos entre os anos de 2005 para 2012, por profissionais de enfermagem.
Compreende-se que, para que o recém-nascido receba uma assistência de qualidade, é preciso implementar a humanização na assistência e envolver um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam a promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. Para Costa e Monticelli (2006), humanizar o atendimento ao recém-nascido significa, entre outros, ter segurança técnica da atuação profissional, eficácia na atenção ao RN, condições hospitalares compatíveis com o período neonatal, oferta de condições para a participação da família. 
Em 12 de julho de 2007, foi publicada a portaria n° 1.683, que estabeleceu a norma de orientação para a implantação do método canguru, tornando o método mãe-canguru uma política pública.
Essa norma é desenvolvida em três etapas: A primeira está relacionada à situação do RNBP, que é internado na unidade neonatal. Nesta etapa, a norma determina que acolha os pais e a família na UTIN, esclarecendo sobre normas e rotinas da UTIN, estimular o livre acesso sem restrições de horário, propiciando o contato com o RN, incitar o aleitamento materno e o contato pele a pele até a colocação na posição mãe canguru e, ainda, garantir ao bebê medidas de proteção ao stress e da dor.
Na segunda etapa, o RN permanece de maneira contínua com a mãe, e a posição canguru será realizada pelo maior tempo possível, no qual deverá ter critérios de avaliação para a permanência nessa etapa, tanto para o recém-nascido, quanto para a mãe. O RN deverá ter estabilidade clínica, peso mínimo de 1.250 kg e nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo). Os critérios para a mãe: desejo de participar, disponibilidade de tempo e apoio social, capacidade de reconhecer sinais de riscos e stress do RN, conhecimento e habilidade para manejar o RN na posição canguru.
Já na última etapa, compreende-se a fase domiciliar. O RN é acompanhado em ambulatório até atingir o peso de 2.500 kg ou mais. Este é o momento em que é encaminhado para a rede pública para dar continuidade no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. 
Para Gontijo et al. (2010), o MMC exige um tempo prolongado de internação da mãe e o recém-nascido e, esse período prolongado de internação hospitalar, requer utilização de espaços confortáveis e o desenvolvimento de atividades ocupacionais. O Ministério da Saúde recomenda oferecer as mães e familiares oportunidades de atividades educativas e de lazer, lúdicas e pedagógicas, relacionadas não só a orientação materna acerca do cuidado com o filho, mas a possibilidade de se integrar aos espaços que são também dela e de seus familiares, associados a um maior conforto. Essas atividades podem amenizar o cansaço materno e aperfeiçoar a assistência prestada. O tempo de permanência na posição canguru é determinado pelo sentimento de bem estar da mãe ou do RN. Os pais em contato físico com o RN passa a se sentir mais confiante, compreendendo as condições de saúde de seus filhos.
Henning et al. (2010), relatam que a implementação de diretrizes para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças definidas a partir da evidência científica disponível acerca da eficácia e efetividade de intervenções produz melhores resultados na população assistida. As diretrizes clínicas são posicionamentos ou recomendações desenvolvidos para orientar os profissionais de saúde e pacientes. E, por ser uma proposta baseada em evidência científicas largamente comprovada na literatura mundial, a atenção humanizada ao RNBP, método canguru, pode ser considerado tanto uma diretriz clínica quanto um instrumento de normalização de processo de trabalho. 
De acordo com Cruvinel e Macedo (2007), o RNBP necessita de uma série de cuidados especiais por apresentar situações de risco. Entre as vantagens do MMMC, destaca-se melhora do estado de organização e regulação térmica do bebê, mudanças no padrão respiratório com redução de apnéia e bradicardia, ganho de peso e diminuição da estadia no hospital, desenvolvimento motor, cognitivo, neurocomportamental e psico-afetivo do recém-nascido. E, também, desvantagens para a mãe, tais como, superpopulações nas unidades de atendimento, cansaço em função dos turnos de amamentação a cada três horas e falta de tempo para outras atividades.
Neves et al. (2010), destaca a importância do contato pele a pele entre mãe-bebê, pois é um momento em que ambos se reconhecem. Essa vivência faz com que os prematuros sintam a presença e proteção materna, ficando bem mais calmos. Neste sentido, com a posição canguru, a qual a mãe fica sem parte das vestimentas e o bebê de fraldas, envolto pela bolsa canguru, faz com que, o contato pele a pele facilite o encontro do bebê com o seio materno. Com isso, percebe-se que a aproximação do binômio, promovida pelo método, além de fortalecer o vínculo, faz com que o prematuro se alimente com mais frequência. 
Costa e Monticelli (2006) relatam que os profissionais, em sua maioria, reconhecem e validam o MMC enquanto política de atenção neonatal. Entretanto, constatam que, no cotidiano da assistência, ainda enfrentam algumas barreiras no desenvolvimento integral da proposta, tais como o fato de alguns profissionais ainda não aceitarem inteiramente a proposta, deixando de reconhecê-la como um projeto de cunho interdisciplinar e que tenha real impacto na qualidade global da assistência neonatal. Ainda segundo os autores, outra dificuldade interposta trata-se da falta de sensibilização de alguns profissionais para colocar em prática o Método. Nesta perspectiva, inclui-se desde questões relacionadas à sensibilização para realizar o acolhimento às mães e famílias dos prematuros que entram na unidade e optam pelo desenvolvimento do MMC, até a explícita verbalização de dificuldades no sentido de envolver os pais no dia-a-dia da unidade. 5
Constata-se, com isso, a necessidade de a equipe saber lidar com as emoções, adquirindo sensibilidade e capacidade de escuta, incorporando a dimensão subjetiva e social dos pais e familiares. Embora existam profissionais que apenas reproduzem o discurso politicamente correto presente nos documentos oficiais, também existem outros comprometidos com seu trabalho. De acordo com Veras e Yépez (2010), o modo de cuidar das pessoas está ligado à concepção que cada um tem de trabalho e ao surgimento de uma dinâmica de intersubjetividade entre o trabalhador e o usuário. 
Nessa perspectiva, o profissional possui um importante papel no estímulo à participação das mães, no momento que resgata além da integralidade na atenção à saúde materno-infantil, a sua própria integridade como sujeito, de um trabalho que lida com questões humanas delicadas e sensíveis. Percebe-se, então, a necessidade de estudos voltados para orientar os profissionais de saúde a prestarem uma assistência de qualidade. Nota-se, através deste estudo, que um dos principais problemas para a eficácia deste método é a falta de interesse destes profissionais, a necessidade de uma educação continuada por parte dos profissionais, a falta de áreas físicas para que os RNs, famílias e profissionais possam desfrutar com conforto e qualidade dos cuidados, sendo também fundamental para o sucesso deste método. 
Compreende-se que, a partir dos estudos realizados para este trabalho, a aplicação do Método Canguru envolve, além das questões técnicas, o desenvolvimento de uma proposta de humanização da assistência ao recém-nascido de baixo peso com o intuito de minimizar os efeitos negativos da internação sobre os bebês e suas famílias. Este é um dos motivos da adoção do Método Canguru pelo Ministério as saúde como política nacional de saúde. 
No entanto, Hernnig et al. (2010) salientam a importância das novas diretrizes propostas para a melhoria da qualidade do cuidado. Se antes as decisões baseavam-se na prática e na experiência do profissional, agora são balizadas em evidência científicas proporcionadas por pesquisas que focalizam a acurácia e precisão de testes diagnósticos, a força de marcadores prognósticos e a eficácia e segurança de protocolos de prevenção, tratamento e reabilitação. As diretrizes são posicionamentos ou recomendação desenvolvidos para orientar os profissionais de saúde e pacientes em circunstancias clínicas específicas acerca de cuidados de saúde apropriados e, também, as diretrizes se tornam sensíveis as reais necessidades dos pacientes. Com isso, as diretrizes clínicas podem contribuir para a determinação de prioridades e padronização de cuidados, além de servirem de indicativos da necessidades de estudos específicos relativos à efetividade de intervenções. 
Justificam-se os inúmeros benefícios do MMC no que diz respeito à homeostase, prevenindo, portanto, o aparecimento dos sinais de stress, pois o contato pele a pele favorece a estabilidade fisiológica e as pausas na respiração e, não aumentam com os procedimentos diários. É extremamente importante para a recuperação da fadiga, pois o ambiente do alojamento mãe canguru contém muitos estímulos que se assemelham ao ambiente intrauterino. Traz, ainda, consideráveis benefícios para a ventilação, como a taxa de saturação de oxigênio aumentada, normalização da temperatura, além de contribuir para a regulação do sono e organização dos estados comportamentais, favorecendo, dessa forma, o desempenho da sucção. 

Faz-se necessário, portanto, manter capacitações formais e periódicas para trabalhadores de todos os níveis, inclusive gestores. Devem criar condições para a construção coletiva de projetos efetivos nos serviços, com desenvolvimento de responsabilidades e habilidades que incluam a expressão das subjetividades e julgamentos de valor, para que o conhecimento compartilhado leve à mudança de práticas dos que atuam na assistência ao RNBP.
É fundamental que haja na equipe uma sincronia, que a implantação do MMC abra espaço para reflexões sobre a prática de assistência, dificuldades e potencialidade da equipe, buscando cada vez mais a individualização do cuidado, no compromisso de melhorar a qualidade da assistência neonatal e, com a certeza, de que um ambiente humanizado favorece não só os bebês e suas famílias, mas também toda equipe multidisciplinar.
Desta forma, a atuação da equipe de enfermagem é de extrema acuidade, por meio do cuidado humanizado, atento, acolhedor, esclarecendo as mães de suas possíveis dúvidas e dificuldades encontradas na utilização do método. Entretanto, a enfermagem deve educar no decorrer da vivência materna no método canguru, promovendo uma assistência humanizada e educativa, visando o restabelecimento do vínculo mãe-bebê, que será imprescindível para toda a vida familiar.
O papel do enfermeiro vai além de supervisionar, coordenar, encaminhar e prescrever. Precisa receber e colaborar no acolhimento amoroso, estabelecer confiança e, além disso, distribuir qualidade independente da qualidade.
Ressalta-se, ainda, que o método canguru, além das vantagens clínicas para o bebê, é uma prática segura e prazerosa para mães e familiares, além de propiciar vantagens sociais e psicoafetivas que se encontram no imaginário da institucionalização do método e na experiência das mães quando adequadamente acompanhadas. Tais constatações exigem estudos que possam fundamentar e construir evidências, com parâmetros, objetivos e, também, com monitoramento do MC no Brasil.
Quanto às dificuldades observadas neste estudo, se dá devido aos aspectos sazonais e incômodos surgidos durante a prática do método. As análises mostraram que estes podem ser contornados, uma vez que a satisfação é estar junto a seu filho. Assim, de acordo com os estudos analisados, estar inserida ao método é sinônimo de proximidade à alta hospitalar, bem como a volta pra casa com seus filhos em condições clínicas recuperadas.

Conclui-se, então, que o método MC constitui uma ótima alternativa para países em desenvolvimento, pois além de favorecer a relação mãe-bebê, facilitando a comunicação, constitui para efetividade da alimentação, favorecendo o aleitamento materno e, consequentemente, as funções de sugar e deglutir, além de diminuir o tempo de permanência hospitalar, acarretando menores custos para a saúde pública.