Renan Calheiros (PMDB) faz agora parte do Conselho de Ética do Senado

Vejam que beleza: Renan Calheiros (PMDB) faz agora parte do Conselho de Ética do Senado. Confiram a ficha de outros integrantes


Agora, vamos ao outro lado: para o Conselho de Ética da Casa, parece que o critério dos líderes foi escolher ou senador ficha suja ou senador de perfil político esquálido, inclusive filho que é suplente do pai, uma das imoralidades que nossa legislação eleitoral permite. Nenhum dos grandes nomes da Casa o integram.
Rosa Costa, de O Estado de S. Paulo
Alvo em 2007 de cinco representações no Conselho de Ética do Senado, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), será membro titular desse colegiado, desativado há dois anos. (…)
Além de Renan, o PMDB será representado no conselho pelos senadores João Alberto Souza (MA), Romero Jucá (RR) e por Lobão Filho (MA) que assumiu o mandato com a nomeação de seu pai, Edison Lobão, para o cargo de Ministro das Minas e Energia.
Os demais integrantes do conselho de ética são, pelo PT, os senadores Humberto Costa (PE), Wellington Dias (PI) e José Pimentel (CE); pelo PSDB os senadores Mário Couto (PA) e Cyro Miranda (GO); além dos senadores Gim Argello (PTB-DF); Jayme Campos (DEM-MT); Vicentinho Alves (PR-TO); Ciro Nogueira (PP-PI); Acir Gurgacz (PDT-RO) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
A ficha de alguns dos integrantes
Bem, sobre Renan Calheiros não é preciso escrever muito, não é? Ele foi obrigado a renunciar à presidência do Senado em 2007, quando VEJA revelou que uma grande empreiteira dava mesada a uma jornalista que era sua amante, com quem teve uma filha. Uma série de denúncias contra o senador, levadas ao Conselho de Ética, acabaram sendo esquecidas quando ele aceitou deixar o cargo, como a de que ele teria adquirido emissoras de rádio (teoricamente vedadas a parlamentares) em nome de testas-de-ferro e supostamente praticado tráfico de influências e ocultação de patrimônio.
Romero Jucá (PMDB-RR) — você se lembra? — precisou renunciar ao Ministério da Previdência durante o lulalato, em 2005, depois de apenas 4 meses no cargo, tantas eram as suspeitas sobre sua folha corrida. Teria recebido propina como ministro, teria, antes disso, praticado ocultação do patrimônio — e por aí vai. Nada aconteceu nos casos que o envolvem.
Gim Argello (PTB-DF) é suplente em exercício desde que o titular, o ex-governador Joaquim Roriz, renunciou para escapar à cassação do mandato por corrupção. Ele próprio, Argello, aumentou mais de mil vezes o patrimônio em duas décadas e, quando relator do Orçamento, no ano passado, deixou o posto sob suspeita de liberar gordas verdas para entidades fantasmas.
Cyro Miranda (PSDB-GO) é suplente, que ganhou o mandato de graça com a eleição do titular, Marconi Perillo (PSDB), para o governo de Goiás.
Ciro Nogueira (PP-PI), como deputado, era considerado uma espécide de líder do “baixo clero” — deputados sem peso político que batalham o tempo todo para extrair vantagens do mandato.
Lobão Filho (PMDB-MA), como já esclareci no começo do post, é daqueles casos de usufruto da obscenidade da legislação eleitoral, como suplente em exercício do próprio pai. Não bastasse isso, como empresário foi acusado de ser sócio oculto de uma distribuidora de bebidas que sonegou milhões de reais em impostos e respondeu a processo criminal sob acusação de manter ilegalmente uma emissora de TV clandestina no interior do Maranhão.
Acir Gurgacz (PDT-RO) também entrou na festa da legislação eleitoral indecente e tem, como primeiro suplente, o pai, Assis Gurgacz.